Na paisagem da rave, pude observar um cosmo de singularidades desdobrando-se em um espetáculo de deslumbre, arrepio e delírio. Corpos entorpecidos entregaram-se à pulsação da noite. O psy-trance atravessou o ar, fazendo tremer tudo o que conhecíamos. Era possível sentir a face indecifrável da existência em cada textura sonora.
Simplesmente aconteceram vivências que só se tornaram possíveis dentro desse universo paralelo. Não consigo imaginar minha vida sem a potência do psicodélico.
Vi luzes retratarem histórias silenciosas sobre peles eletrizadas, e o tempo se dissolveu como areia entre os dedos, deixando apenas o instante da próxima virada.
Na efervescência da atmosfera da rave, senti várias vezes nascer uma conexão quase primal: imanências dançaram juntas, incandescentes como a própria paixão, unindo estranhos em um abraço fugaz de eternidade.
Texto do Artista.
