Mateus Vitti é artista desde que se conhece por gente, só não sabia disso. Filho de uma educadora artística, já em tenra idade começou a se aventurar em desenho e pintura. Suas produções mais antigas ainda existem, arquivadas por sua avó – personagem central em sua narrativa artística e principal mecenas do projeto intitulado “Neurozine”. Mateus deu início à empreitada com empurrão de seu grande amigo, Luan “Atópico” Carvalho. Seu primeiro formato foi o fanzine em colagem, e rapidamente tomou proporções maiores tanto em termos de gama de materiais quanto das dimensões das obras, também direta e simbolicamente engajando em questões de saúde mental, política, sociedade, História e os conflitos entre indivíduo, sociedade e ele mesmo.
Seu projeto atual é a revisão de seu estilo inaugural de sobreposições de técnicas e materiais de forma a criar profundidade narrativa: as cores e as texturas são instrumentos de um exercício contação de histórias intimista e introspectivo, convidando o público a tomar parte da história, seja como observador, narrador ou personagem. A necessidade de aprofundar-se naquilo que o trouxe ao mundo das artes advém de inúmeros desafios e significativas mudanças ocorridas ao longo de 2024 e a percepção de que é necessário resgatar dentro de si algo que sempre lhe foi caro, mas passou muito tempo deixado de lado pelas circunstâncias impostas pelo trabalho, as responsabilidades da vida e também as curvas desta sinuosa estrada.